terça-feira, 8 de junho de 2010

Somewhere only we know; parte I

Tinham pessoas que diziam que eu nunca superaria aquilo se continuasse ali, praticamente todos os dias, regando nossas margaridas e colhendo algumas maçãs e pêssegos do nosso pequeno pomar, mas ninguém sabia o que acontecia dentro de mim para dizer isso. Era ali que eu gostava de ficar quando o mundo do lado de fora daqueles muros avermelhados parecia desabar, era ali que eu gostava de esticar uma toalha colorida na relva macia e ficar deitada por horas a fio. Ali era meu porto seguro e secreto, o lugar que eu sempre procuraria se alguma coisa acontecesse, porque de alguma forma você estava ali. Aquilo era e sempre será nosso!
Estava anoitecendo e cores vibrantes se misturavam no céu, dividindo a atenção com duas estrelas solitárias. Eu tinha acabado de chegar da editora, e sequer tirei minha jaqueta. Peguei a chave do jardim dentro duma caixinha dourada e rumei direto para o jardim.
Atravessei o pátio e destranquei a porta com todo o cuidado, empurrando-a devagarzinho para o lado. Depois de trancá-la novamente, enfiei minhas mãos na jaqueta de couro e guardei a chave da porta, enquanto vistoriava cada cantinho possível do jardim com os olhos. Aquilo era um santuário, na verdade, e ninguém entrou lá desde... sempre, exceto eu e você. Existiam apenas duas chaves para essa porta, e uma você levou embora.
Eu respirei fundo, tentando controlar a saudade que crescia dentro do peito, e joguei meus scarpins vermelhos de lado, enfiando um par de botas de plástico nos pés. Corri para aguar umas florezinhas pequenas que ficavam atrás das macieiras, quando um barulho veio do norte do jardim, exatamente o oposto de onde eu estava.
- Quem está aí? – eu respirei fundo e joguei o regador de lado, tentando apurar os ouvidos e descobrir qualquer ruído que me dissesse o que este intruso fazia aqui. Tchá-tchá-tchá. Era como se alguém estivesse cavando um buraco ou então fervendo uma jarra de água, algo impossível de acontecer ali. – Ei, quem está aí?Tchá-tchá-tchá.

- Ok, nem adianta reclamar depois. Eu vou armada e não posso responder pelos meus atos, seu intruso! – eu respirei fundo e tomei posse de uma enxada, enquanto avançava, passo a passo, para o canto de onde vinha o tal barulho.
Estava tudo bem, não estava? Quero dizer, eu vivia numa modesta mansão e alguém invade justamente o meu jardim? O que ele pretendia roubar num jardim, talvez minhas botas de jardinagem e algumas flores para dar de presente? Minha nossa, será que ele não viu a placa na porta, "Não Entre, POR FAVOR!"? Qual é, pode levar minhas joias, mas só tire essas patas sujas do meu jardim!
- Eu estou chegando, e estou armada, falo sério! – levantei a enxada em cima da minha cabeça e me escondi atrás de dois arbustos pequenos, me abaixando o máximo que pude.
E ali estava o intruso. Vestia um macacão laranja e estava mesmo cavando o meu jardim e as minhas margaridas. Eu senti meu rosto queimar de raiva e depois de apertar o cabo da enxada entre minhas mãos, até meus dedos ficarem brancos, eu pulei para o lado e gritei:
- Intruso, o que você quer aqui? Hein? Pode sair daqui pelo mesmo lugar por onde entrou, ou então eu dou com isso na sua cabeça! INTRUSO!
O homem do macacão laranja não pareceu se assustar, e depois de jogar a pá que usava para esburacar meu jardim de lado, se levantou e sorriu, limpando as mãos sujas de terra no macacão.
Oh meu Deus!

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Ei, corações! Quaaaanta saudade que eu estava sentindo de escrever novamente e de, principalmente, deixar que outras pessoas leiam. Isso me faz um bem inacreditável, gente!! Espero que vocês gostem do novo blog e tenham paciência, porque não sou n-a-d-a boa com as configurações do blogspot. Acho que deve ser falta de prática. Espero que esse meu novo blog me dê tantas alegrias quanto o CDC, que é meu amorzinho.
Ah, esse post tem siiiim continuação, gente!
Beijobeijobeijo, corações.

10 comentários:

Yas B. disse...

Vai ter continuação? Espero que sim, os detalhes ficaram incríveis, se alguém invadisse meu jardim eu botava para fora. Bem vinda de novo a blogosfera, ah o nome do meu blog é Heute und Immer, sem o de no Immer. :)

Joyce C. disse...

Oi querida.
É claro que lembro de ti!
Olha está tudo lindo aqui.
Amei!

Uma pergunta, vai ter continuação?! haha!



Beijos Carol! (se importa se te chamar desse jeito?! haha)




Vou te linkar e estou seguindo o blog.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

o minha coisa linda, tava morrendo de saudade ja da sua doçura e dos seus textos maravilhosos, a que bom que vc retonou, o texto ta incrivel vÊ se continuaa, mil beijos.

Karen Vieira disse...

Adorei aqui, você escreve muito , parabéns !
Estou te seguindo, beijos *.*

www.tudocomcaprichoo.blogspot.com
Twitter, faloow me : @karendayse

Julia Melo disse...

mt mt bom, cadê a continuação, cade ?

beijos querida, seguindo aqui.

Érica Ferro disse...

Que lindo te ver de novo na blogosfera. Tava com saudade da sua doçura, desse modo único e encantador que escreves, viu?

E fiquei pensando. Quem será o jardineiro? O amor dela que voltou? O fantasma do seu amado que morreu?
Interessante, interessante...
Quero a continuação logo, hein? Hehehe...

Beijo, CaroLinda.

Monique Premazzi disse...

OMG! Você só pode estar brincando parando logo nessa parte, né verdade? kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

Pelo amor de Deus, posta logo a outra parte. Tá tão lindo, cada detalhe.

Estou seguindo, ok?
Obrigada pela visita.
xx

Meus desabafos :) disse...

Eu quero a continuação logo :)

Adoooooooooooro suas histórias.

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Beeijinhos ~

Aline Neves disse...

Incrível, eu raramente paro pra ler histórias em blogs, mãããs eu lia Coluna da Cary e parei pra ler aquie adorei!
Beijo fofa :*