quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Letter To You

São cinco horas da manhã. O noticiário disse que a noite marcaria pouco menos de 10°C e, por isso, estou enfiada dentro de um moletom velho. Você provavelmente perguntaria por que sou louca o suficiente para estar acordada à uma hora dessas e eu riria, dizendo estar impressionada com o fato de você não me conhecer bem o suficiente para saber que eu sou imprevisível demais para estar dormindo como todas as outras pessoas da cidade. Meus lábios acabaram de se abrir num fraco sorriso torto nesse exato momento, pensando em tudo aquilo que você estaria fazendo ou não se estivesse aqui comigo. Talvez você decidisse assistir um dos seus filmes de luta chinesa, talvez você sibilasse um "você é louca demais para eu tentar te entender a essa hora" e se virasse na cama para retomar sua noite de sono, talvez você simplesmente se sentasse ao meu lado, abraçando minha cintura e recostando sua testa no meu ombro, mantendo o silêncio mortal da madrugada. Talvez. Mas eu olho ao redor e percebo que sou só eu. Só eu; você não está aqui para fazer nada disso que você poderia fazer e as lágrimas que escorrem agora pelo meu rosto são conseqüências dessa constatação. Você não está aqui e não há mais nada no mundo que eu posso querer a não ser sua presença.
Essa é mais uma carta que nunca chegará ao seu destino, mais uma que se juntará mais tarde aos inúmeros papéis dobrados e jogados em um canto escuro do meu armário. Eu juro que gostaria de te mandar essa carta e também todas as outras que te escrevi, mas qual remetente deveria usar? Eu não sei, e sinceramente acho que nunca descobrirei qual é o seu novo refúgio. Só espero que seja um lugar realmente bom, tanto quanto você merece. Eu só espero que você esteja bem, e mesmo sem me mandar notícia, sei que você sente minha falta e adoraria saber como estou me sentindo. Eu te conto, não é segredo.
Eu estou com muito medo. Eu tenho medo de abrir meus olhos pela manhã e não encontrar seus braços sobre a minha cintura. Eu tenho medo de preparar a mesa do café da manhã e saber que essa e todas as outras manhãs da minha vida será somente eu. Eu tenho medo de abrir meu armário e encontrar alguma camiseta sua perdida entre as minhas roupas. Eu tenho medo de chegar de um dia cansativo de trabalho e não encontrar seus olhos risonhos prontos para me animar. Eu tenho medo disso e infelizmente isso vem acontecendo todo dia. Eu tenho medo de confrontar meus medos, mas eu não posso fugir deles. Não mais.
Amor, espero que você esteja bem e, não importa onde você está agora, eu sempre terei você dentro de mim. Quando você se foi, deixou um pedaço de ti gravado no meu coração. Afinal, lembra-se que um dia dissestes que não me prometia um conto de fadas com final feliz, mas sim uma história de amor inesquecível? Pois bem, promessa cumprida.
Eu te amo, sempre te amarei e nunca deixe de olhar por mim, esteja você onde estiver.
Sempre sua,
Julie.

Siiiim, eu estou viva e sem muito tempo para papear hoje. Hoje eu tenho uma prova super duper de química (n), porém eu senti a necessidade de voltar aqui e postar alguma coisa. Nem que seja muito velha, como essa carta.
Espero que gostem e tenham paciência, retribuirei toda visita assim que todas essas provas e trabalhos e whatever acabar.
Love ya! xx


13 comentários:

Otávio M. Silva disse...

^^
adoro relatos femininos e esse é muito sincero. deu pra sentir tudo o que vc dizia. Tmbm não sou de dormir cedo.

Parabens.

Ju Fuzetto disse...

Adorei linda flor!!

Perfeito demais!!


beijo e bom final de semana

Anônimo disse...

nossa suas cartas eh tao lindas !
vs manda pra alguem elas ?
como sempre vs arraza !
beijão

mari ebert disse...

caramba! Esse foi um dos mais bonitos que você jah escreveu! O inicio, a história de ser imprevisivel e tal, e o final, aquela história do medo... Mt show, adorei! hahaha bjão!

Ana Beatriz disse...

Nossa, eu já estava com saudades das suas postagens viu? Tanto tempo que não passou por aqui, mas como sempre, arrasando!

Talita disse...

adorei, adorei, adorei, linda a carta.
é horrivel se sentir sozinha....

boas provas, beijos!

Ana Luísa disse...

Adorei a carta.
E realmente as histórias de amor podem ser divididas entre felizes para sempre ou inesquecíveis.
=P
Beijoss

Jeniffer Yara disse...

Ainda bem que veio postar,mesmo com as provas.Lindo post *.* Uma carta de amor como essa nos faz suspirar com tantas palavras bonitas e com sua narração impecável *.* Amor vir aqui. o/

Beijos.

2edoissao5 disse...

ja escrevia tanats cartas que repousam em segredo...
beijo!

Meus desabafos :) disse...

Tão triste, mas ainda sim tão lindo *O*.
Adoro cartas <3

Anônimo disse...

Emocionei-me com o que vce escreveu. Me sinto assim a respeito de alguém.
Belo blog.

Camila disse...

Nossa. Por isso que eu tenho medo de amar. Medo de que ele me machuque e meu use como um objeto qualquer.
Muito lindo o texto!!!
deveria virar livro o seu blog.
bjos!

Brunno Lopez disse...

Declarações de amor costumavam ser corriqueiras em minhas inspirações antigas. Viver esperando o não-final, a eternidade me abraçando junto com a outra pessoa, esse poema de rimas fáceis que o mundo adora dizer que existe.
Claro, o seu texto é muito bonito e tocante. Visceral, quase engraçado, uma definição em sua maioria.
Mas o amor é fraco quando apenas estimulado por um único lado da relação. Acredito que a felicidade está na manutenção do interesse por si.